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Graduando em História - UFS, estagiário no setor de pesquisa - EMSETUR, professor de História - Expocurso e professor de EBD - Assembleia de Deus em Maruim/Se, ainda nesta comunidade protestante, atuo como Cooredenador da UJADEM e secretário da mesa diretora.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Entrevista com a professora Beatriz Góes Dantas

No dia 16 de maio de 2011, durante a aula de Temas de História de Sergipe I, fora exibido um vídeo que trata de uma entrevista com a professora Beatriz Góis Dantas. Esta por sua vez, antropóloga e graduada em história e geografia, ensinou em cursos de especialização em ciências sociais e educação na UFS na década de 1980.
Seu despertar pelo e para o tema indígena surgiu em sala de aula, quando os alunos perguntavam-lhe o que tinha acontecido com os índios em Sergipe, e na época não havia nenhuma bibliografia que tratasse do assunto. No séc. XIX existiam cinco aldeias oficiais de povoação reconhecida e na segunda metade do mesmo séc., essas aldeias desapareceram, e a partir desse questionamento o que aconteceu com as aldeias? Então começou a pesquisar sobre o tema com a intenção de estudar as aldeias, inicialmente escreveu várias monografias sobre a aldeia de Água azeda, aldeia de Geru, aldeia de Pacatuba, aldeia de Porto da folha.
Sergipe sempre foi o foco de suas pesquisas de suas pesquisas, dedicou-se a pesquisar temas diversos, culto afro-brasileiros, as formas da religiosidade popular, artesanato, a etno-história indígena, o folclore e mais recente o artesanato. Desses trabalhos alguns resultaram em livros, a exemplo destes a Taieira de Sergipe, Vovô Nagô Papai Branco, fruto da sua dissertação de mestrado que também virou livro, Terras dos Índios Xocós, entre outros.
Ainda no que diz respeito aos índios em Sergipe, diz que retomou um tema já trabalhado por Felisbelo Freire, que foi o primeiro a falar dos índios, mas argumenta que ele deixou de falar dos índios já no séc XVIII, também destaca Feltre Bezerra, que não se dedicou especificamente a falar dos índios.
 Numa nova perspectiva, Beatriz Góis Dantas se dedicou especificamente ao índio como objeto de estudo, conseguindo responder “o por que” da ausência dos índios no séc XIX, onde os presidentes de províncias começaram a dizer que não existiam mais índios, afirmando eles: se tem é uma população misturada, não há cultura indígena e que não há características dos índios. Simplismente pela cobiça dos fazendeiros de gado que viviam em conflitos freqüentes com os indígenas.
 Dessa forma ela consegue explicar porque não se falava mais dos índios. Além disso, a documentação de sua pesquisa serviu de subsídio junto a FUNAI, numa luta travada em 1970, de antigos remanescentes dos índios xocós da aldeia de São Pedro, para reaver suas terras.
Enfim, podemos observar a grande contribuição da professora Beatriz e sua dedicação e pertinência no que diz respeito à temática. No entanto, ela conclui sua fala dizendo que ainda há muito que pesquisar, os instrumentos e as fontes estão aí e mais acessíveis que antes.  

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